Após desafios e adaptações para o ensino durante a pandemia, a tendência é que o retorno das aulas presenciais seja marcada pela mistura do físico e digital
Toda e qualquer mudança social traz impactos para a educação, afinal a escola não é um organismo alheio às ocorrências da sociedade. Pelo contrário, a escola deve mudar e adaptar-se para atender e cumprir o seu objetivo central: formar um cidadão capaz de entender e atuar no mundo.
A pandemia da Covid-19 trouxe diversas mudanças para a educação básica, tornando-a cada vez mais próxima de ferramentas virtuais. Em uma análise do Fórum EconômicoMundial sobre os possíveis impactos da pandemia na educação, a organização revelou uma mudança imediata: milhões de estudantes estão sendo educados graças à brecha digital que trouxe novas abordagens pedagógicas com o uso de tecnologias.

Se antes da pandemia a educação mediada pela tecnologia já era uma pauta bastante discutida, a chegada do novo coronavírus expôs que o investimento em infraestrutura, formação de professores e familiaridade dos estudantes com atividades online são caminhos promissores e necessários.
A tecnologia assumiu esse papel importante e poderá manter essa relevância na educação dentro da sala de aula, com o retorno das aulas presenciais. Com a barreira do digital quebrada, dificilmente as escolas retornarão a uma rotina que não contemple a tecnologia.
Além disso, a implementação do ensino híbrido é uma alternativa decorrente de uma necessidade. Segundo um parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE), a volta às aulas presenciais deforma controlada e gradual não conseguirá absorver toda a oferta de aprendizado, reforçando a permanência do ensino à distância até, pelo menos, 2021.
Por que o ensino híbrido é uma solução para a retomada das aulas?
Mesmo quando a Covid-19 não for mais considerada uma situação de pandemia e as aulas presenciais retornarem, para alguns alunos é provável que a situação ainda demore um tempo considerável para se normalizar. Seja por terem doenças crônicas ou porque moram com pessoas de grupo de risco.

Além disso, há professores que também podem pertencer ao grupo de risco, o que os impede de ir até a escola para dar aulas. Nesse caso, tanto os alunos que estivessem na escola quanto os que estivessem em casa teriam que assistir às aulas por dispositivos tecnológicos.
Com isso, as instituições precisarão encontrar formas de garantir que os estudantes que não podem voltar à aulas presenciais – que podem ser uma parte considerável da turma – não fiquem sem aulas. Sendo assim, a alternativa que mais atende a essa necessidade é o uso do ensino híbrido em sala de aula.
O que é o ensino híbrido?
Também conhecido como blended learning, o ensino híbrido é uma modalidade de ensino que uma parte do aprendizado ocorre de maneira off-line e a outra on-line. A parte on-line pode ser realizada tanto a distância quanto presencialmente, dentro de laboratórios na própria estrutura da escola.
No cenário pós-pandemia, é provável que o próprio ensino híbrido ganhe um viés a mais, e ocorra não só com os alunos fazendo uma parteda aula off-line e a outra on-line, mas também com as próprias aulas acontecendo on-line e off-line ao mesmo tempo.

Ou seja, com aulas presenciais off-line ocorrendo para alguns estudantes, ao mesmo tempo que são gravadas ou transmitidas ao vivo pela internet para outros que estão em casa. Essa tendência desconstrói os conceitos fixos que diferenciam aulas presenciais das virtuais, pois unifica a percepção de educação e do aprendizado, independente do meio que será transmitido.
A adoção do método exige uma reorganização do tempo de sala de aula, junto com novo plano pedagógico. O professor ganha um papel também dementor, apto a impulsionar os alunos em direção a uma postura crítica, acompanhando as questões individuais e dando vazão ao que melhor funciona no aprendizado de cada estudante. E as diversas plataformas digitais vêm para somar essa relação ensino-aprendizado.
Além, ministrar uma aula no modelo híbrido, com recursos tecnológicos, é uma verdadeira oportunidade de alcançar os estudantes do século 21, pois a educação precisa de modelos disruptivos. O ensino híbrido também surge para fortalecer a educação e promover ambientes mais contextualizados e significativos, já que há uma união entre o espaço formal da sala de aula e as aulas com suporte das tecnologias.
Sua escola está preparada para o ensino híbrido?
A pandemia escancarou uma demanda que já era discutida há muito tempo de readaptar as escolas ao um novo cenário, mais próximo da tecnologia e das formas de comunicação usadas pelos alunos. Se antes havia tempo para essa discussão, agora o assunto tornou-se urgente.
A adaptação para a escola oferecer esse tipo de suporte a alunos e professores pode ser muito mais simples do que se imagina. A instituição pode disponibilizar dispositivos tecnológicos para o acompanhamento das aulas, tanto presenciais quanto a distância, sem precisar mexer na infraestrutura da escola, além daquelas exigências sanitárias básicas para asaulas pós-pandemia.
Com a locação de computadores e tablets, a escola entregatodo o suporte que os alunos precisam, de uma maneira mais acessível para a instituição.
17/08/2020