Na cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em 2015, foram definidos os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visam trazer melhores condições para as pessoas e para o planeta.
Tal agenda contempla 17 ODS, que objetivam acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, além de garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade, até 2030.
Os ODS são interconectados, por isso, os países precisam analisá-los e colocá-los em prática de forma conjunta, para melhorar a vida das gerações futuras, de maneira sustentável.
São 17 Objetivos, subdivididos em 169 metas, dentre os quais está a educação de qualidade – 4ª ODS – que estima que todos os meninos e meninas tenham acesso à educação primária e secundária até 2030. Para que assim, a sociedade seja mais inclusiva e elimine disparidades de gênero e de riqueza.
Para se alcançar esse objetivo, é preciso que os países olhem e trabalhem em cima de suas metas, que inclui todo o processo de educação formal. Portanto, devem priorizar o desenvolvimento das potencialidades dos indivíduos, desde a primeira infância até a formação técnica e superior. Além disso, é necessário a preocupação com a alfabetização de jovens e adultos e sua qualificação para o mercado de trabalho.
Mas afinal, que tipo de escola precisamos oferecer às novas gerações para realmente alcançar a educação de qualidade?
Educação de qualidade – ODS 4
A educação é a base para tudo. Essa frase não é apenas um clichê, mas uma grande verdade. A educação tem o poder de transformar a vida das pessoas. Porém, para isso, é preciso que se tenha acesso a ela e, muito mais do que simplesmente frequentar a escola, o conhecimento precisa ser transmitido e construído de forma efetiva e significativa.
Indivíduos pertencentes a uma sociedade com uma educação de qualidade tendem a estarem mais bem preparados para o mercado de trabalho, gerando menor pobreza e maior crescimento econômico.
Hoje, no Brasil, muitas crianças ainda estão fora das escolas e, aquelas que conseguem a frequentar, muitas das vezes, não assimilam o conteúdo disponibilizado em sala de aula, gerando grande defasagem escolar em conteúdos básicos como ler, escrever ou fazer contas simples.
Para que a educação de qualidade seja alcançada é necessário, em primeiro lugar, que as crianças e jovens tenham acesso a instalações adequadas, professores preparados e conteúdos significativos, que os engajem e garantam um aprendizado rico, incluindo competências técnicas e profissionais.
No Brasil, em que a realidade nos mostra que a educação ainda não é acessível a todos e que, mesmo quando se tem vagas disponíveis na educação pública, as crianças e jovens deixam de frequentá-la, é necessário pensar em medidas que atraiam e engajem os estudantes na jornada de aprendizagem.
Leia mais sobre a realidade da educação pública no Brasil
A educação de qualidade vai da situação mais básica, que é ter uma sala de aula com um professor, até o envolvimento das famílias na comunidade escolar e na disponibilização de tecnologias e inovação dentro das escolas. São situações primordiais que precisam ser resolvidas, bem como as pendências do futuro, como por exemplo o desenvolvimento das competências necessárias para a atualidade.
É preciso que o alicerce da aprendizagem, que é a alfabetização, seja sólido o suficiente para que os alunos tenham um desenvolvimento pleno dentro das instituições de ensino e, mais do que isso, possam desde a primeira infância compreender e sentir que podem e devem fazer diferença no mundo em que vivemos.
A partir disso, os estudantes passam a ter visão de mundo e pensamento crítico para transformar a sociedade em um lugar melhor para todos e todas, com igualdade, respeito às diferentes culturas, preservação do meio ambiente e práticas cidadãs.
Além disso, a escola precisa ser um local que desperta e potencializa as habilidades das crianças e jovens. Educar com qualidade é colocar os alunos como protagonistas do aprendizado, é incentivá-los a buscar o conhecimento, a pesquisa científica e a reflexão. Para que sintam que fazem parte do processo de construção do conhecimento, é preciso que eles participem, que sejam ouvidos e que as suas necessidades de aprendizado sejam sanadas.
Diante do mundo globalizado em que vivemos e das novas necessidades do mercado de trabalho, é preciso essa nova educação. Mas, antes mesmo dos passos mais largos, e necessário garantir o acesso à educação para todos, porém, é essencial que a permanência também seja para todos.