* Por Alex Paiva
O momento de isolamento que estamos vivendo trouxe diversas questões à tona que anteriormente eram praticamente invisíveis para pais, crianças e professores. Com a pandemia, professores tiveram que se adaptar rapidamente às tecnologias educacionais digitais, pais puderam perceber o valor imenso que é poder contar com um bom professor para o filho nos primeiros anos de escola, e as crianças, por sua vez, perceberam como é importante poder brincar e dividir experiências com outras pessoas na escola e em outros ambientes de aprendizagem. Essas foram apenas algumas das lições que a pandemia nos trouxe. A verdade é que, dependendo da situação que estamos vivendo, todos somos em algum momento alunos e professores uns dos outros.
No mundo conturbado em que vivemos hoje, é preciso parar e refletir sobre o impacto emocional que esse novo normal vem causando em nossos filhos/alunos. Enquanto nos preparamos para o novo ano letivo de 2021, provavelmente ainda em um formato de escola híbrida, devemos levar em consideração o lado socioemocional de quem estará na escola muito em breve.
O aprendizado das competências socioemocionais ou SEL, como é conhecido em inglês, é uma abordagem cientificamente testada para ensinar crianças e adolescentes a como desenvolver o autoconhecimento, a construir relações significativas, a trabalhar melhor em grupo, a resolver conflitos entre diversas outras situações. A resiliência pode ser desenvolvida por meio do SEL pois as crianças fazem a encenação de papéis (imitação do comportamento adulto), passam pela mediação de situações adversas e também do planejam de objetivos de vida a curto e médio prazo. A instituição CASEL, fundada pelo pesquisador e escritor Daniel Goleman, possui pesquisas extensivas que comprovam como o SEL pode impactar positivamente na escola aumentando tanto a presença quanto a participação de crianças nas aulas, além de melhorar a performance acadêmica e o relacionamento interpessoal nos jovens.
VEJA TECNOLOGIA E PERSONALIZAÇÃO PARA GARANTIR A EQUIDADE NA EDUCAÇÃO
Enquanto nos preparamos para a chegada das crianças nas escolas, é mais importante que nunca ter todas as habilidades cognitivas alinhadas com o desenvolvimento de habilidades socioemocionais. De acordo com uma pesquisa feita pelo Instituto Ayrton Senna no ano de 2015 com 200 educadores da rede pública do Espírito Santo, 84% deles concordam que o tempo dedicado na escola ao desenvolvimento de competências socioemocionais potencializa o aprendizado nas disciplinas tradicionais. Considerando a relevância desse trabalho podemos destacar algumas iniciativas como a da LEGO®Education em conjunto com a Fundação LEGO. Eles desenvolveram um conjunto de 12aulas para crianças da Educação Infantil que auxiliam escolas e professores a lidar com situações adversas que poderão ser mais corriqueiras durante os primeiros meses de volta às aulas.
Entre as situações trabalhadas nos planos de aula do Conjunto Construindo Emoções da LEGO Education estão: como lidar com a frustração, como encarar a rejeição, como entender que seu comportamento influência os sentimentos dos colegas e como entender as ansiedades que sentimos em situações adversas.
Poucos países no mundo têm tratado as habilidades socioemocionais como prioridade no currículo, e hoje, mais do que nunca, é fato que precisamos olhar para esse assunto com máxima prioridade. Então, quais são as iniciativas que sua instituição está buscando para atender a essa necessidade eminente?
* Alex Paiva é gerente de novos produtos da Tecnologia Educacional
05/11/2020