Após dois anos de perdas em decorrência da pandemia escolas particulares devem ganhar novo fôlego neste ano letivo; as análises do segmento educacional aconteceram durante o #Edutalks promovido pelo Ecossistema Educacional
“Tenho muitas boas notícias. O momento mais difícil para as escolas já passou, nós estamos entrando agora numa curva de crescimento que não vai ser rápida, é ainda uma fase de transição, mas é um novo começo para as escolas que chegaram até aqui”, foi assim que o CEO da Rabbit Consultoria Educacional, Christian Coelho, iniciou a conversa do #Edutalks promovido pelo Educacional sobre os desafios e oportunidades para o mercado da educação em 2022.
De acordo com o CEO a escola é sempre a empresa menos influenciada pelas crises econômicas. “É claro que se tem um problema grande com a macroeconomia isso vai afetar todo mundo, mas o que quero dizer é que, geralmente, as escolas são as menos abaladas. As famílias vão cortando outros gastos tentando preservar ao máximo a educação dos filhos. Mas ainda sim vivemos um momento extremamente desafiador como há tempos não se via”, completou.
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Por isso, Christian fez questão de destacar a importância do planejamento estratégico para o primeiro trimestre. “Antes da pandemia não era incomum trabalharmos um planejamento anual, entretanto, na gestão de crise, a projeção anual fica muito mais distante. Por isso o olhar dos gestores precisa se concentrar a cada trimestre. Para se ter ideia, no ano passado, na época do pico da pandemia, as projeções eram quinzenais”, alertou.
O especialista em mercado educacional separou três eixos principais para os quais os gestores precisam olhar atentamente no seu planejamento estratégico:
1. CSR – Contingência das síndromes respiratórias.
2. Cultura organizacional, gestão e liderança.
3. Campanha de alta sazonalidade.
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CONTINGÊNCIA DAS SÍNDROMES RESPIRATÓRIAS NAS ESCOLAS
Aqui Christian destacou a importância de se manter as escolas abertas e garantir a manutenção dos alunos para isso ele frisou a necessidade de se realizar uma ação de endomarketing com o público interno (alunos, pais, colaboradores) para criar uma relação de segurança.
- Protocolos claros e seguidos à risca para que vejam a escola como porto seguro; atualização e continuidade dos protocolos de segurança.
As escolas devem seguir as recomendações sanitárias recomendadas pelas autoridades:
- Troca de máscara a cada duas horas se for de tecido com camada dupla.
- Uso do álcool em gel e distanciamento social a partir de um metro
- Pedagógico: a escola precisa estar pronta para apresentar um projeto de recuperação de aprendizagens, estar disponível para os pais e mostrar como o caminho vai ser percorrido.
- Marketing de conteúdo para o público interno, mercado, circunvizinho e prospects. A escola precisa se posicionar com conteúdo de utilidade pública para gerar o fortalecimento da marca. A sugestão do especialista é que de fevereiro até abril sejam desenvolvidos materiais focados nos interesses dos públicos internos e externos com objetivo de tornar a instituição de ensino um centro de informação segura e referencial.
- Campanha institucional: ao trabalhar campanhas educativas e transmitindo segurança nas informações, todo o setor educacional sai fortalecido, pois os pais e responsáveis também passam a defender a manutenção das escolas abertas.
“Olhar para os colaboradores será mais importante do que nunca. Em caso de testagem positiva para covid-19 será preciso avaliar com ele a possibilidade de teletrabalho ou afastá-lo de acordo com recomendação médica. O importante aqui é saber que isso vai acontecer e que será preciso se planejar desde já. Se faltarem professores avalie as opções: online para cobrir essa ausência ou mexer na grade? É um trabalho gigante, mas será preciso planejar situações como essa”, destacou.
CULTURA ORGANIZACIONAL, GESTÃO E LIDERANÇA
As palavras nesse eixo, de acordo com Christina, são organização e alta performance. “O primeiro trimestre é o momento de arrumar a casa. É o momento de organizar a instituição. A gestão das escolas está se tornando cada vez mais profissional e, algumas delas podem ainda funcionar bem de maneira empírica, mas nunca irão alcançar a excelência”, atentou.
- Gestão organizacional.
- Cultura da empresa.
O destaque nesse item ficou por conta da gestão de crise. Christian destacou que se aprende frente a uma grande adversidade como, por exemplo, a pandemia, porque é quando se é retirado de forma bruta da zona de conforto. “Apesar de todos os problemas decorrentes desse momento, é inegável a velocidade e o volume de aprendizado organizacional acumulado. O planejamento estratégico sempre foi um exercício para catalisar o aprendizado em busca da criação da cultura organizacional da empresa, por meio de escolhas certas, com objetivo de gerar melhores resultados. Para que isso aconteça de forma natural é necessário a implantação dos processos fundamentais de gestão e liderança”.
CAMPANHA DE ALTA SAZONALIDADE
No terceiro eixo, o especialista trouxe alguns dados de mercado levantados pelo Grupo Rabbit de Consultoria Educacional.
“A sazonalidade neste ano está atrasada e isso não é necessariamente ruim porque quer dizer que ainda é possível fazer matrícula, especialmente do mercado da Educação Infantil e do Ensino Fundamental Anos Iniciais que tem cerca de 10% do mercado aberto até março”, explicou.
Christian deu ênfase a análise de indicadores para medir o desempenho da instituição de ensino administrada pelo gestor. “A sugestão aqui é a avaliação quinzenal dos indicadores de alta sazonalidade do mercado e a comparação com os dados internos: matrículas, rematrículas, perdas e procura. Por exemplo: se o mercado teve 30 procuras nesse período e sua escola teve 10, é preciso avaliar o que houve e possivelmente repensar a campanha. Sem dados comparativos não tem evolução”, advertiu.
Sobre a procura por escolas por meio de visita ou contatos telefônicos até 25 de janeiro, o especialista mencionou que o normal para essa época é ter 100% de procura em relação ao número de alunos. “Se sua escola tinha no final do ano 200 alunos ela precisa ter 200 procuras. No gráfico abaixo será possível verificar que as escolas menores tiveram 114% de procura e as escolas maiores, acima de 350 alunos, tiveram menos procura do que o restante do mercado. Ao mesmo tempo elas tiveram menos perdas, ou seja, estão estacionadas e quem entra não pode sair”.
Escolas menores – até 80 alunos – também estão tendo melhor desempenho em novas matrículas (19%). À medida que a escola cresce em tamanho, diminui seu desempenho na conquista de novos alunos, o que corrobora o ponto mencionado pelo especialista.
“Se sua escola está abaixo do que apresentamos no gráfico precisará rever o processo em especial as campanhas para o próximo ciclo. Mas, minha sugestão não é investir numa nova campanha agora por não ser muito efetivo, a não ser que essa seja a única saída para sua escola não quebrar. O importante aqui é estar em equilíbrio para recuperar no ano que vem”, observou Chrstian.
18% das escolas fecharam durante a pandemia.
Ele destacou também que o normal do mercado é de 25% de matrículas até março, ou seja, o segmento está mais lento que o costumeiro e, por isso, os gestores precisam ter um pouco mais de paciência. “A verdade é que não vamos recuperar dois anos de pandemia num piscar de olhos. Quem sobreviveu a esse período vai ter agora um pouco mais de estabilidade e se você chegou até aqui só se cair um meteoro agora para a sua escola fechar ”.
Já quando o assunto foi rematrículas, Christian destacou que a meta da Rabbit para as escolas que atendem é sempre de 75% até 31 de outubro e o que hoje esse percentual está 68%, portanto as rematrículas também estão atrasadas.
“O que esse número nos diz ao olharmos para a cerca de 10% de perda é que 85% do mercado está comprometido. Mas 15% estão soltos dos seus alunos e agora é agora de supervisionar pessoalmente essa operação”, incentivou.
Christian precaveu as escolas que estão abaixo dos 68% de rematrículas. “Nesse caso alguma coisa errada ou você já perdeu esse aluno e ainda não sabe”.
A recomendação do especialista em mercado educacional nesses casos é ir atrás desse percentual de rematrícula e novas matrículas buscando um contato mais pessoal para que haja um atendimento mais efetivo. “Do whats para uma ligação e de uma ligação para uma visita. Vale destacar que grande parte das escolas tem um bom atendimento, é difícil entrar numa escola que trate você mal. Mas as escolas têm muita dificuldade de vender, se você não está fazendo muita matrícula não ache que só uma questão precificação porque na maioria dos casos você vale o que você está cobrando, a questão geralmente é o convencimento”.
O CEO da Rabbit Consultoria Educacional, entretanto, alertou que o gestor só poderá acompanhar esse panorama se tiver um processo implementado de análise de dados. “O fato é que a maioria das escolas não registra dados então não sabem se de fato se estão tendo procura ou não. A regra da gestão tem que ser a de registrar toda sexta-feira os dados de procura e matrículas para poder traçar uma estratégia adequada”.
Você pode rever o bate-papo na íntegra aqui:
#Edutalks: desafios e oportunidades para o mercado educacional em 2022
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