Tecnologia na educação está acelerando a transformação digital da sala de aula
Brasil é o segundo país onde as pessoas ficaram mais tempo conectadas à internet em 2021; experiências aceleradas na pandemia vão exigir um novo jeito de ensinar e aprender
2021 já é o ano em que as pessoas passaram mais tempo conectadas. Nunca se esteve tão online, ao todo foram gastas 740 bilhões de horas na internet em todo o mundo, de acordo com a pesquisa The Evolution of Social Media Report, da empresa App Annie. Ainda segundo o estudo, apenas neste ano, foram baixados mais de nove bilhões de aplicativos.
Com cerca de 10 horas por dia, o Brasil é o segundo país onde as pessoas passam mais tempo na internet e o terceiro no ranking do maior número de horas por dia nas redes sociais, com 3 horas e 42 minutos, esses são dados de uma pesquisa das empresas Hootsuite e We Are Social.
A pesquisa “ConVid Adolescentes – Pesquisa de Comportamentos”, elaborada pela FIOCRUZ, em parceria com a UFMG e a UNICAMP, mostrou que 70% adolescentes brasileiros passaram a ficar mais de quatro horas por dia em frente ao computador, tablet ou celular, além do tempo das aulas online.
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Na pesquisa de 2019 do Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação (Cetic.br), TIC Educação 2020 – edição covid-19, que avalia o uso das tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras (TIC), mostrou que apenas 21% das escolas ofertavam conteúdos e atividades remotas para os alunos antes da pandemia, agora 87% das escolas adotam ao menos uma atividade com o uso de tecnologias.
Tanto acesso à informação, em tantos formatos, também impacta a maneira de ensinar e aprender. “Os dados nos mostram o contraste do aluno digital x a escola analógica. As tecnologias, especialmente as digitais, avançaram de forma exponencial, por isso os especialistas educacionais destacam que a inserção da tecnologia educacional somada a adoção de metodologias que coloquem o aluno como protagonista no processo de ensino-aprendizagem são fundamentais para engajar os estudantes e motivá-los a querer aprender”, destaca Gabriel Vitor Fachini, gerente de projetos e inovação do Educacional..
A NOVA SALA DE AULA É HÍBRIDA
Por isso, ainda de acordo com o especialista, as instituições de ensino precisam repensar as práticas pedagógicas e abrir espaço para práticas que coloquem os estudantes mais conectados com as habilidades do futuro.
SALA DE AULA DIGITAL É REALIDADE MAIS DO QUE NUNCA
Existem diferentes maneiras pelas quais a tecnologia está transformando as salas de aula e transformando a educação o mundo conhece. Crianças e jovens adultos constituem um terço de todos os usuários da internet, então não é surpresa que eles sejam mais hiperconectados e mais experientes digitalmente do que seus pais.
“O cenário futuro incerto de trabalho mais mudança no comportamento de crianças e jovens, exige dos sistemas educacionais de todo o mundo uma evolução e atualização sobre o que eles aprendem, e como elas aprendem. Portanto, muitas podem ser as possibilidades, mas em todas elas, a sala digital já é uma realidade”, reitera.
Segundo Gabriel Vitor Fachini, gerente de projetos e inovação do Educacional., a sala de aula digital utiliza recursos tecnológicos para favorecer a educação dos jovens. Além disso, ajuda a motivar o aluno durante o aprendizado e proporciona inovações no trabalho dos professores. Confira abaixo algumas das vantagens destacadas pelo especialista:
- Promove atividades colaborativas, aumentando senso crítico e possibilitando o feedback imediato.
- Desperta o interesse dos estudantes por ser mais dinâmica, interativa e por oferecer formas múltiplas de se aprender como, por exemplo, o ambiente virtual para o desenvolvimento do processo de aprendizagem.
- O modelo de ensino híbrido ou blended learning, permite explorar ainda mais os ambientes virtuais e presenciais para dar mais autonomia aos alunos.

3 TENDÊNCIAS, TECNOLOGIAS E PRÁTICAS QUE MOLDAM O ENSINO E A APENDIZAGEM PÓS COVID-19
- Relatório Educause Horizon
Adoção generalizada de modelos de aprendizagem híbridos – professores e alunos descobriram e novas maneiras de interagir uns com os outros, por isso a flexibilidade de poder trocar experiências nos formatos remotos e presenciais “ajudará as instituições a minimizar a interrupção e garantir a continuidade da entrega do curso em crises futuras.”
Maior uso de tecnologias de aprendizagem – “instituições e instrutores anteriormente resistentes ou indiferentes a ferramentas como videoconferência, plataformas baseadas em equipes e salas de aula virtuais passaram a contar com essas ferramentas como ingredientes essenciais em seu trabalho”.
Desenvolvimento online do corpo docente – “investimentos contínuos no desenvolvimento do corpo docente, incluindo recursos remotos para design instrucional e suporte de tecnologia, serão necessários para garantir que as habilidades e alfabetização do corpo docente acompanhem os avanços tecnológicos em curso”.
O USO DA TECNOLOGIA NA ESCOLA PERMANACE APÓS A PANDEMIA
FRENTES DE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL NA EDUCAÇÃO ATÉ 2030
O estudo “Tendências em Inteligência Artificial na Educação”, elaborado pela professora Rosa Maria Vicari, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), analisou bases de patentes nos Estados Unidos da América, União Europeia, Canadá e Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) no Brasil, além de artigos científicos e documentos de congressos e concluiu que, até 2030, as tecnologias listadas estarão difundidas em até 50% das escolas públicas e privadas do país.
Learning analytics e data-driven education
Interpretação de ampla gama de dados produzidos por alunos e reunidos a fim de avaliar o progresso escolar, prevendo o desempenho futuro e detectando possíveis problemas no aprendizado. É possível saber os pontos de maior dificuldade de compreensão do conteúdo ou tendência para o abandono.
Jogar para aprendizagem
Engloba, além de jogos, técnicas motivacionais de videogames (gamificação) voltadas ao ensino, como o lúdico, a melhoria constante do “jogador” e o senso de progressão, para incentivar aprendizado, frequência e pontualidade, além de instigar o cérebro a sair da zona de conforto.
Robótica inteligente educacional
A robótica inteligente educacional recupera, principalmente, robôs e suas plataformas de programação que podem ser utilizados na educação para fortalecer a capacidade de inovação e raciocínio lógico por meio de uma experiência criativa, com competições desafiadoras que resolvem problemas da vida real e tenham missões específicas.
Criatividade computacional
Quem ensina o robô a fazer algo? Já viu algo super criativo que uma inteligência artificial foi capaz de fazer? Isso veio de um humano, por isso entender e conhecer o processo que gera sistemas inteligentes é importante e precisa de criatividade. Na educação, a criatividade computacional vai gerar exemplos e exercícios criativos automaticamente para enriquecer os conteúdos educacionais online. No longo prazo, os sistemas vão reconhecer e avaliar atividades criativas dos alunos.
Sistema Tutor Inteligente
Com um ensino personalizado, por exemplo, é possível identificar se o aluno pode estar feliz por ter conseguido resolver um problema ou estar cansado, pois não consegue resolver o problema. Os STI podem decidir, de forma autônoma, qual a melhor estratégia pedagógica para ser utilizada com o aluno, em cada momento. Além disso, os sistemas são capazes de gerar um problema de acordo com o nível de conhecimento do aluno, construir sua solução e diagnosticar a resposta de cada um.
Educação e processamento de linguagem natural
Um computador pode ser capaz de entender e interpretar a linguagem humana. Com fones tradutores, um professor que ministra aulas em outro idioma pode dar aula aos brasileiros que não sabem o seu idioma em tempo real, eliminando barreiras geográficas.
A PRINCIPAL TECNOLOGIA EM SALA DE AULA É O PROFESSOR
“Quando olhamos para uma educação integral, com recursos tecnológicos, o professor assume um papel ainda mais relevante que é o de mentoria. Ao invés de ser o detentor do conteúdo ele passa a orientar os estudantes rumo à construção do conhecimento, que passa por escolher os recursos tecnológicos e digitais mais apropriados. Somado a isso, existe um outro ponto que máquina alguma pode supri: olhar para o aluno e perceber problemas emocionais”, diz o especialista.
O especialista explica que nesta nova dinâmica, o aluno não fica passível, ao contrário, se tornar protagonista, buscando informações, colocando a mão na massa, antes mesmo de ir para sala de aula, portanto o professor se torna o meio que permite a interação entre o aluno e o conteúdo. “Cabe ao educador interagir, provocar, tirar dúvidas e tornar o tempo em sala muito mais rico”, completa.
Os educadores também ganham um papel mais estratégico ao pensar nas plataformas e dispositivos adaptados às necessidades dos estudantes, permitindo oferecer um ensino mais personalizado.
Hiperconectados: a sala de aula é digital
9 de cada 10 estudantes em todo o mundo ficaram sem ir às aulas presenciais durante a pandemia de covid-19. O comportamento e a relação deles com as tecnologias digitais devem transformar a forma como a educação acontece.
89% das crianças e adolescentes de 9 a 17 anos usa internet no Brasil.
- TIC Kids Online Brasil 2019
+ de 60% dos adolescentes ficaram por mais de 4 horas em frente às telas de computador, tablet ou celular como lazer, além do tempo para as aulas a distância. Entre os adolescentes de 16-17 anos, o percentual alcança 70%.
- Fiocruz 2020
89% dos pais afirmaram que pandemia fez com que os filhos passassem mais tempo na TV, no celular e no videogame.
- Datafolha 2021
91% é o tempo do aumento que os usuários brasileiros tiveram no YouTube.
21% das escolas ofertavam conteúdos e atividades remotas para os alunos antes da pandemia.
- TIC Educação 2019
87% das escolas adotaram ao menos uma atividade com o uso de tecnologias durante a pandemia.
- TIC Educação 2019
91% das escolas utilizaram celulares para realizar atividades administrativas ou pedagógicas nos últimos 12 meses
- TIC Educação 2019
82% dos professores buscaram formas de usar esses novos recursos nos processos de ensino e aprendizagem.
- TIC Educação 2019
Aplicativos de Inteligência Artificial
O mercado de aplicativos baseados em IA na educação deve movimentar US$ 6 bilhões até 2025.
Streaming educacional como tendência
42,8% dos brasileiros consomem conteúdos de streaming diariamente e outros 43,9% consomem esse tipo de conteúdo pelo menos uma vez por semana.
Aprendizagem online
90% acreditam que a aprendizagem online fará parte dos ensinos fundamental, médio e superior.
- Global Learner Survey 2020
TENDÊNCIAS ACELERADAS NA EDUCAÇÃO
Adoção generalizada de modelos de aprendizagem híbridos.
Maior uso de tecnologias de aprendizagem.
Aprendizagem adaptativa e ensino personalizado.
Cultura maker e alunos como protagonistas.
Desenvolvimento online do corpo docente.
Cyberbullying
Fake news
Internet segura
Cancelamento virtual
Convívio social
Dificuldade de foco
2021