* Por Márcio Faria
Este foi um ano em que tivemos que aprender a fazer as coisas de forma diferente, especialmente quando pensamos nas escolas. Há séculos, a sala de aula se materializa com um professor e um conjunto de alunos em carteiras enfileiradas. Mas em 2020 não foi assim: os alunos não estão mais em fileiras e sequer compartilham o mesmo espaço físico. Tivemos que ir para além das paredes da sala de aula.
Um novo termo ganhou destaque: “aula remota”. Os professores precisaram dominar ferramentas que antes não eram prioridade. O uso de tecnologia pelos alunos, que antes era até mesmo proibido em muitos momentos da rotina escolar, passou a ser obrigatório. De repente as aulas ficaram dependentes de tecnologia.
Professores passaram a criar vídeos, publicar suas aulas no Youtube, fazer lives… O que antes era considerado entretenimento passou a fazer parte do dia a dia dos docentes, pois foi necessário encontrar novas estratégias para que o ensino pudesse continuar, mesmo com os alunos em casa.
Estamos aprendendo uma nova forma de trabalho, mas como podemos avaliar o resultado disso? Como podemos saber se os alunos estão aprendendo? E como será o retorno para as escolas? Temos diversas orientações em relação aos protocolos sanitários, como a volta de 30% dos estudantes e a utilização do modelo híbrido, em que parte dos alunos está na escola e parte está em casa. Mas como o professor vai lidar com isso?
Depois de praticamente um ano estudando em modelo remoto, certamente, os alunos vão voltar diferentes para a escola. Será preciso dar um atendimento mais personalizado a cada estudante, entender as necessidades de cada um. Não basta a adaptação do espaço físico da escola, é preciso adaptar as estratégias de ensino.
Por exemplo, como lidar com o uso da tecnologia na escola? Antes o professor podia proibi-lo, mas e agora? Depois de tantos meses em que todas as atividades desenvolvidas pelos alunos dependeram do uso de tecnologia, será possível ignorar isso em sala de aula? E no modelo híbrido? Como será o uso dos dispositivos nos dias em que o aluno estiver na escola?
A personalização do ensino é uma realidade. É preciso buscar ferramentas que apoiem esse processo, que ajudem os professores a entender mais a fundo as necessidades de cada aluno; ferramentas que lhes forneçam dados para que possam definir suas estratégias pedagógicas de forma mais assertiva.
Não há mais espaço para os professores tratarem os alunos da mesma forma, é preciso garantir a aprendizagem de forma igualitária para todos, mas o caminho que cada um percorre é individual. Apoiar essa trajetória de cada estudante, estimular e incentivar cada um a superar suas dificuldades, a querer aprender mais, a buscar novos horizontes ‒ o papel do professor já não é o de transmissor de conhecimento, mas de alguém que inspira seus alunos.
Não tem sido um ano fácil, é verdade, mas é importante que possamos tirar boas lições de 2020 e observar o que aprendemos e evoluímos. Sem dúvida alguma, houve grande evolução na área de Educação. Professores perceberam a importância da tecnologia e suas aulas não serão mais as mesmas.
* Márcio Faria é gerente de produto no Educacional.