No início da pandemia da Covid-19, o Ministério da Educação (MEC), autorizou a substituição das atividades presenciais pelo modelo remoto, da educação básica ao ensino superior.
Desde sua implementação, o formato a distância agravou significativamente o déficit educacional no Brasil. Isso porque estudantes de diferentes idades e regiões apresentaram dificuldades e desafios após a suspensão das aulas presenciais.
Acompanhe a seguir e entenda quais são os impactos que o déficit educacional, pós-pandemia, gerou e como as instituições podem se recuperar da defasagem!
Como foram as aulas durante a pandemia?
A educação foi, sem dúvidas, um dos segmentos mais impactados pela pandemia de 2020. Na ocasião, escolas e faculdades adotaram diferentes métodos de ensino, infraestruturas e tecnologias com o objetivo de dar continuidade de parte do processo de aprendizagem dos estudantes.
Nesse período, milhares de alunos foram afetados pelo fechamento das instituições e pela rápida implementação do ensino remoto. Mesmo que a tecnologia tenha permitido que muitas redes continuassem funcionando, isso não ocorreu de forma homogênea.
Muitos estudantes, por exemplo, não conseguiram ter acesso ao nível de qualidade que costumavam ter no modelo presencial. Esse processo desencadeou, em muitas regiões, perdas significativas, como aumento da evasão escolar e maior inadimplência.
Além de tudo, muitas escolas, sobretudo as públicas, não tiveram condições para manter o calendário letivo original de anos anteriores. Todos esses fatores são indícios de como o período da pandemia foi desafiador para o setor educacional brasileiro.
Como a pandemia afetou o aprendizado dos alunos?
Tanto a gestão educativa quanto os alunos vivenciaram dificuldades contínuas para fortalecer os laços, ainda que a distância. Sem dúvidas, o processo de aprendizagem foi consideravelmente afetado nesse momento devido à desigualdade de acesso e ao isolamento social.
Muitos estudantes, por exemplo, não tinham conexão com a internet e muito menos equipamentos adequados para a condução dos estudos. A falta de suporte e da dinâmica presencial com os professores e colegas, igualmente, foi um forte motivo para muitos discentes abandonarem as atividades escolares.
A ausência do convívio no ambiente de ensino afetou de maneira particular as crianças e os adolescentes. Isso porque o isolamento social anda no sentido oposto de um equilibrado desenvolvimento socioemocional e cognitivo. A falta de adaptação a esse modelo, portanto, contribui para o déficit educacional.
A infrequência nas aulas também foi recorrente. Muitos estudantes não tinham acesso às aulas síncronas e, por isso, ficaram em desvantagem em relação aos alunos que tinham mais condições de acompanhar as atividades.
Por fim, justamente após a pandemia, os professores perceberam um aumento na ansiedade e na indisciplina.
Embora com diversos problemas, o período de reclusão ensinou que existem inúmeras maneiras de alcançar os discentes. O aumento no tempo da duração das aulas, o uso de diferentes dinâmicas pedagógicas e de recursos tecnológicos são ótimos exemplos de ferramentas que podem auxiliar a reverter a situação de defasagem na educação.
Como está o rendimento educacional do Brasil?
A combinação dos efeitos causados pela pandemia afetou diretamente o desempenho socioemocional dos estudantes. De acordo com boletim publicado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), o efeito do déficit educacional causa consequências na produtividade e pode, inclusive, acentuar a desigualdade social.
O documento ainda prevê um hiato de três anos na educação de uma grande parcela da população na idade escolar. O efeito da pandemia pode deixar consequências por até 15 anos, período necessário para boa parte dos atuais estudantes ingressarem no mercado de trabalho.
Veja, a seguir, mais detalhes de como está a situação do rendimento educacional brasileiro pós-pandemia!
Rendimento
O desempenho escolar como um todo teve queda, apresentando um dos piores índices na aprendizagem desde 2019. Esses dados, levantados pela Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (Seduc-SP), exaltam que as dificuldades podem ser observadas entre crianças de todo o país, tanto no ensino público quanto privado.
Engajamento dos alunos
Mesmo que muitos alunos tenham facilidade para aprender os conteúdos da grade curricular, hoje, muitos discentes sentem desmotivação e desinteresse em fazer as atividades propostas em sala. A pandemia acentuou, por exemplo, a dificuldade com a leitura e a memorização, essenciais para o êxito de muitos métodos de aprendizagem.
Dificuldades relacionadas à saúde mental
Desde a pandemia, diversos estudantes têm enfrentado dificuldades que ainda persistem no cotidiano, como ansiedade, insônia, exaustão ou cansaço constante. O distanciamento e a perda de pessoas próximas também são fatores preocupantes que afetam significativamente a saúde mental dos alunos.
Como a adoção de novas metodologias ajuda na recuperação da aprendizagem?
Para superar os desafios do déficit na educação brasileira, as instituições de ensino implementaram uma série de recursos e ferramentas voltadas ao impulsionamento da aprendizagem.
O objetivo da inserção das novas metodologias é, justamente, conseguir superar as dificuldades e proporcionar um ensino mais relevante para os estudantes nesse momento tão crítico.
Atualmente, as escolas têm investido em plataformas e softwares educacionais, ambientes virtuais de aprendizagem, entre outras soluções que potencializam a transmissão do conhecimento, como:
- realidade virtual;
- realidade aumentada;
- gamificação;
- videoaulas;
- lousas digitais;
- personalização do ensino;
- dispositivos móveis em sala de aula.
Vivemos uma intensa revolução tecnológica que também significa uma transformação na educação, nas formas de comunicação e nas maneiras de realizar as atividades. Todas essas mudanças podem ser aperfeiçoadas com recursos que enriquecem as práticas pedagógicas.
A tecnologia, portanto, representa uma verdadeira solução para enfrentar os problemas da educação no Brasil. Por isso, cada vez mais educadores e gestores escolares estão atentos ao potencial da transformação digital no processo de aprendizagem.
Diante desse cenário, já é possível observar novas tendências que estão sendo colocadas em prática. O desenvolvimento de plataformas e soluções virtuais, por exemplo, permite que as instituições desenvolvam ambientes personalizados e melhores sistemas de avaliação.
Mesmo que tais mudanças tenham sido impulsionadas com a pandemia, o déficit educacional ainda persiste e representa uma grave ameaça para o avanço dos estudantes. Por isso, cada vez mais, é necessário investir em práticas pedagógicas estratégicas, que proporcionem o aprofundamento dos conteúdos e a melhora geral do desempenho escolar.
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