O autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do desenvolvimento, caracterizado por dificuldades na comunicação e interação social, além de comportamentos repetitivos e sensibilidade sensorial.
De acordo com os últimos dados divulgados pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention), agência do governo dos Estados Unidos que atua na proteção da saúde pública, cerca de 1 entre 36 crianças têm autismo.
Pensando no crescente número de crianças autistas, ao criar um ambiente inclusivo e acolhedor, as escolas podem possibilitar que alunos com autismo superem barreiras e desenvolvam seu potencial.
A inclusão escolar é um direito fundamental. Neste artigo, o Educacional explora práticas eficazes para incluir alunos com autismo na escola e promover uma educação mais justa e igualitária.
Desafios do autismo na escola
O autismo no ambiente escolar apresenta desafios significativos para alunos, professores e familiares. Dificuldades acadêmicas, sociais, emocionais e comportamentais podem impactar negativamente a experiência escolar.
Para os pais, o diagnóstico pode trazer ansiedade, estresse e dúvidas sobre como apoiar adequadamente seu filho. Além disso, eles podem enfrentar desafios financeiros com terapias e cuidados especializados.
Para os professores, os principais desafios incluem:
- desenvolver estratégias eficazes para ensinar alunos com autismo;
- gerenciar comportamentos desafiadores;
- adaptar currículos para necessidades individuais dos alunos;
- comunicar-se efetivamente com pais e alunos;
- gerenciamento de crises dos alunos.
Já os alunos com autismo enfrentam:
- dificuldades nas interações sociais;
- sensibilidade sensorial a ruídos e luzes;
- dificuldade em lidar com transições, quebras na rotina e mudanças;
- estigma e preconceito;
- dificuldade em entender instruções;
- problemas com organização e gerenciamento do tempo;
- limitações na comunicação escrita e verbal;
- problemas em entender regras e normas sociais;
- dificuldade em gerenciar emoções;
- comportamentos repetitivos.
No entanto, com planejamento individualizado, treinamento de professores, recursos adicionais e conscientização, é possível superar esses obstáculos e promover uma educação de qualidade, respeitando a diversidade e potencial de cada aluno.
Normas e leis sobre estudantes autistas
Há diversas leis nacionais, diretrizes e normas da Educação Especial para garantir os direitos das crianças no ambiente escolar. Além disso, há também normas definidas por Estados e municípios.
A Lei nº 9.394/1996 estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, incluindo a Educação Especial. Já o Parecer CNE/CP nº 50/2023 traz orientações específicas para esse público ao definir normas para o atendimento de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
O Conselho Nacional de Educação (CNE) aprovou recentemente uma nova versão do Parecer nº 50, que estabelece diretrizes para a educação inclusiva de estudantes com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas escolas brasileiras.
Após um ano de intensos debates, o novo texto traz mudanças significativas, que visam promover uma educação mais inclusiva e acessível para estudantes com TEA:
- A substituição de acompanhantes especializados por profissionais de apoio para auxiliar alunos autistas em atividades não pedagógicas como a locomoção, higiene, interação social;
- Manutenção do Plano de Educação Individualizado (PEI) para alunos com TEA;
- Proibição de recusar matrículas, cobrar taxas adicionais ou criar exigências que dificultem o acesso de alunos autistas às escolas;
- Não obrigatoriedade de laudos médicos para garantir o auxílio de profissionais de apoio ou elaboração do PEI.
Como atender os alunos autistas na escola com excelência?
Confira abaixo como garantir um ensino de qualidade para os alunos autistas:
Respeito e Empatia
A presença do autismo na escola exige um olhar atento e acolhedor para as diferenças. O professor desempenha um papel fundamental no atendimento ao aluno autista, com respeito e empatia. Isso inclui:
- entender e respeitar as diferenças individuais;
- evitar estigmatização e preconceito;
- fomentar interações positivas com os colegas;
- respeitar limites e necessidades;
- estar atento às necessidades específicas do aluno com autismo;
- promover reflexões sobre a importância da inclusão de todos no processo educativo.
Atendimento Educacional Especializado
O Atendimento Educacional Especializado é indispensável para o desenvolvimento dos alunos autistas. Isso inclui o uso estratégico da Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) e a elaboração do Plano Educacional Individualizado (PEI).
A Sala de Recursos Multifuncionais (SRM) é um espaço especializado com equipamentos e materiais adaptados e professores especializados, que oferece atividades terapêuticas e educacionais adaptadas para alunos com necessidades especiais.
O Plano Educacional Individualizado (PEI) proporciona uma abordagem personalizada, atendendo às necessidades específicas de cada aluno, e foca no desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais e emocionais.
Além disso, o PEI permite ajustes curriculares, adaptando o currículo às necessidades individuais e fornece apoio emocional, com estratégias para gerenciar ansiedade e estresse.
O PEI também garante monitoramento contínuo, acompanhando o progresso e ajustando estratégias, promove inclusão através da participação em atividades regulares e desenvolve habilidades essenciais para vida independente, comunicação e socialização.
Ensino colaborativo
O ensino colaborativo é uma abordagem educacional essencial para alunos com autismo, onde professores da sala regular e especializados podem trabalhar juntos para criar um ambiente inclusivo e personalizado.
O envolvimento do professor da sala de aula regular é crucial para o sucesso dos alunos autistas num modelo de ensino colaborativo. Ele promove:
- Integração social: o professor da sala regular ajuda a promover interações sociais saudáveis entre alunos autistas e seus colegas;
- Aprendizado inclusivo: adapta o currículo para atender às necessidades individuais, garantindo que os alunos autistas aprendam junto com os demais;
- Suporte emocional: oferece apoio emocional e ajuda a gerenciar crises;
- Desenvolvimento de habilidades: ajuda a desenvolver habilidades sociais, comunicativas e cognitivas;
- Preparação para a autonomia: prepara os alunos autistas para viver com autonomia e integrados ao ambiente escolar.
Tecnologias assistivas
Uma tecnologia assistiva é uma solução inovadora que objetiva facilitar a vida de pessoas com deficiência, proporcionando independência e inclusão social.
Seu intuito é contribuir para a superação de barreiras, permitindo que indivíduos com limitações realizem tarefas que, anteriormente, eram mais difíceis ou impossíveis devido à deficiência ou a outros fatores.
As tecnologias assistivas para alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de diversas faixas etárias podem melhorar significativamente sua experiência educacional. Veja abaixo alguns exemplos:
- Dispositivos de Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA);
- Sistemas de comunicação por imagem, como o Picture Communication Symbols (PCS);
- Softwares educacionais fornecem recursos de leitura assistida, como voz sintética, highlight de texto e ajustes de fonte e cor, diminuindo as sobrecargas sensoriais;
- Plataformas de ensino online podem ser ferramentas auxiliares de ensino, pois um ambiente virtual pode ser mais estimulante do que as salas de aula tradicionais.
- Calendários visuais, aplicativos de gerenciamento de tempo e ferramentas de organização, auxiliam as crianças com autismo a visualizar a sua rotina de forma visual e clara.
- Mesa Educacional (saiba mais abaixo).

A Mesa Educacional é um recurso pedagógico inclusivo de alfabetização e letramento.
Componentes principais:
- software educacional: oferece livros, atividades de alfabetização e animações também em Língua Brasileira de Sinais (Libras);
- blocos coloridos: contém letras, números, símbolos e imagens para desenvolvimento cognitivo;
- etiquetas em Braille e datilologia: acessibilidade para estudantes com deficiência visual;
- aparelho de leitura de blocos: reconhece e interpreta os blocos;
- sintetizador de voz: fornece feedback auditivo, auxiliando na aprendizagem.
Benefícios
- alfabetização inclusiva;
- desenvolvimento de habilidades cognitivas;
- estimulação sensorial;
- acessibilidade para estudantes com deficiência;
- interação professor-aluno.
Esses componentes trabalham em conjunto para criar uma experiência educacional interativa e inclusiva, com estimulação sensorial. Além de viabilizar a alfabetização de crianças com autismo na escola, a Mesa Educacional fortalece a coordenação motora e a colaboração entre os colegas.
Entre em contato com um dos consultores do Educacional para levar a Mesa Educacional para sua escola.
Para garantir uma educação de qualidade e inclusiva, é fundamental combinar respeito, empatia e estratégias eficazes.
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