No Brasil, mais de 54% dos estudantes de 15 anos não têm pensamento criativo de nível básico, ou seja, não conseguem expressar ideias inovadoras nem resolver problemas simples ou moderados.
Esse foi o resultado do PISA (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), realizado em 2022. Participaram da avaliação 65 países e o Brasil ficou em 49º lugar.
Esse cenário levanta um alerta para os educadores, que precisam bolar estratégias para desenvolver o pensamento criativo dos alunos.
A criatividade é uma das habilidades mais importantes do século XXI, principalmente com a ascensão da Inteligência Artificial. Entenda neste artigo como fomentá-la na sua escola.
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O que é pensamento criativo?
De acordo com a OCDE, o pensamento criativo é uma forma de pensar que leva a leva à geração de ideias valiosas e originais. Ela pode ser aplicada no campo das Artes, para expressar a imaginação, e também no campo das Ciências, para investigar e resolver problemas.
Outra definição, da revista Procedia – Social and Behavioral Sciences, diz que o pensamento criativo é um processo mental dinâmico, que envolve o pensamento divergente e convergente nas tarefas ou problemas.
O pensamento convergente consiste em encontrar uma única solução correta para uma determinada questão. Já o pensamento divergente enfatiza múltiplas soluções, considerando diferentes pontos de vista.
O PISA avalia o pensamento criativo em quatro aspectos:
- expressão escrita;
- expressão visual;
- resolução de problemas sociais;
- e resolução de problemas científicos.
Na avaliação, os estudantes criativos devem ser capazes de:
- gerar ideias diferentes: pensar de forma flexível e ter ideias que são diferentes umas das outras;
- gerar ideias criativas: pensar de forma inovadora, desviando de padrões observados dentro de uma população;
- avaliar e melhorar ideias: avaliar as limitações das ideias e melhorar sua originalidade.
Importância do pensamento criativo
O pensamento criativo é essencial para o sucesso dos estudantes no mercado de trabalho.
Como afirmou o diretor do Pisa, Andreas Schleicher, “à medida que a digitalização e a Inteligência Artificial avançam, a importância da inovação, criatividade e pensamento crítico aumenta em comparação com habilidades rotineiras, que são mais suscetíveis à automação”.
Ele também é benéfico para a própria aprendizagem, pois ativa habilidades cognitivas como elaboração e associação de ideias, autonomia e memorização.
Além disso, a criatividade e a capacidade de resolver problemas são cruciais para o enfrentamento de problemas sociais, ambientais e econômicos.
Por isso, um dos objetivos da educação é o de formar jovens curiosos, criativos e engajados com a construção de um mundo melhor. Ou seja, preparar o estudante para o exercício da cidadania.
Como desenvolver o pensamento criativo na escola?

Como explicou Patricia Mota Guedes, superintendente do Itaú Social, “a criatividade não é um dom, mas sim uma competência que precisa ser desenvolvida na escola”.
Para fomentar a criatividade dos alunos, a escola precisa desafiar os estudantes a resolverem problemas sozinhos e a expressarem suas ideias.
As salas de aula precisam incorporar a experimentação (com testes, hipóteses e projetos), ao invés de simplesmente repetir conhecimentos estabelecidos.
Confira abaixo quatro estratégias que podem ajudar sua escola:
Aprendizagem baseada em problemas
Como vimos, o pensamento criativo está fortemente associado à resolução de problemas. Uma metodologia que muito contribui para o desenvolvimento dessa competência é a aprendizagem baseada em problemas.
Ela pode ser aplicada em aulas de qualquer componente curricular, de Geografia a Matemática. Na verdade, muitas vezes os problemas selecionados pelo professor trabalham conhecimentos de vários componentes ao mesmo tempo.
Nessa metodologia, os alunos são divididos em grupo e discutem entre si várias soluções para o problema. Depois, elas precisam concordar com a resolução final e apresentá-la para toda a turma.
Saiba sobre a aprendizagem baseada em problemas nesse artigo.
Projetos interdisciplinares
Os projetos interdisciplinares têm uma estrutura mais flexível, muitas vezes com um prazo maior de execução. Eles permitem a colaboração entre professores de diferentes áreas e colocam o estudante no centro do processo de aprendizagem.
Existem vários tipos de projeto interdisciplinar e a escola tem muita liberdade para criar os seus. Há também os projetos prontos, elaborados por organizações parceiras, que podem ser executados na escola.
A vantagem de implantar projetos prontos é que eles já têm uma metodologia testada e refinada, além de um planejamento definido e material didático. Na prática, isso traz para a escola economia de tempo e de recursos .
Conheça o projeto interdisciplinar desenvolvido pelo Educacional.
Cultura maker
A cultura maker é a cultura da “mão na massa”. Na educação, ela incentiva o aprendizado na prática com atividades manuais – dando espaço para a manifestação artística e a engenharia.
A escola pode impulsionar a cultura maker criando e fazendo uso da sala maker – um espaço destinado à execução de atividades inventivas. Ali, os alunos podem construir robôs, reciclar objetos, confeccionar peças de roupa, programar sites e muito mais.
A ênfase no manual é valiosa porque, quando criamos algo com as próprias mãos, ficamos mais engajados com o processo de produção. Entendemos melhor os materiais, as ferramentas e as técnicas envolvidas.
Além disso, é uma oportunidade de trabalhar a coordenação motora e a colaboração entre colegas.
Aulas de STEAM
Outra forma de incentivar a criatividade dos alunos é adotando o método STEAM (Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática) nas aulas de Ciências da Natureza, Artes e Matemática.
Essa abordagem acredita que a interdisciplinaridade, somada à resolução de problemas, potencializa o aprendizado de Ciências, Matemática e Tecnologia.
O método STEAM é aplicado por meio de projetos e aulas interdisciplinares. Nas duas situações, o professor deve fomentar, além das habilidades cognitivas, competências artísticas e digitais.
Torne seus alunos verdadeiros inventores
O Inventura é um projeto interdisciplinar desenvolvido pelo Educacional que trabalha o pensamento criativo dos alunos.
Com atividades de programação, contextualizadas em temas atuais, os estudantes são desafiados a inventar soluções para problemas que envolvem Ciências, Matemática, Artes, Engenharia e Tecnologia.
Assim, o projeto é baseado nos métodos STEAM, cultura maker e aprendizagem baseada em problemas. Seu público-alvo é o Ensino Fundamental, do 4º ao 9º ano.
Ao levar o Inventura para sua escola, você tem acesso a:
- placas de programação micro:bit;
- sensores;
- atuadores;
- livro didático;
- material de apoio para os professores;
- plataforma digital para registro de atividades e acompanhamento dos estudantes;
- e orientação pedagógica.
Quer iniciar esse projeto na sua instituição? Entre em contato com um dos nossos consultores.
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