A sua escola ou rede de ensino é uma instituição verdadeiramente inclusiva? Ela atende as necessidades de todos os alunos, de forma igualitária e acolhedora? Para responder a essas perguntas, é preciso entender o que significa a inclusão escolar.
Muitas pessoas a confundem com educação especial. Porém, ela vai muito além do atendimento de estudantes com deficiência. Continue a leitura para conhecer o conceito e como aplicá-lo na prática.
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O que é inclusão escolar?
Inclusão escolar é um modelo de educação que integra todas as pessoas, com ou sem deficiência, de todas as classes econômicas, raças, cores, gêneros, orientações sexuais, religiões e origens culturais, com níveis de proficiência e habilidades diferentes.
Como definiram Susan e William Stainback, a inclusão escolar é a “prática da inclusão de todos – independentemente de seu talento, deficiência, origem socioeconômica ou cultural – em escolas e salas de aula provedoras, onde as necessidades desses alunos sejam satisfeitas”.
A inclusão escolar é um direito fundamental garantido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) e pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência.
Embora a LDB utilize o termo ‘educação especial’, ela estabelece de forma pioneira que essa modalidade deve ser oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, garantindo que os estudantes com deficiência tenham acesso a recursos e apoios necessários para seu desenvolvimento e, consequentemente, promovendo a inclusão.
Já o Estatuto da Pessoa com Deficiência determina que as instituições de ensino devem garantir a acessibilidade e a inclusão escolar, eliminando barreiras e oferecendo para que todos os estudantes possam aprender e se desenvolver de forma igualitária.
Assim, a inclusão escolar vai muito além do atendimento de alunos com deficiência. É uma concepção educacional que visa remover as barreiras de acesso e qualquer tipo de discriminação, a fim de construir uma escola heterogênea, respeitosa e acolhedora.
Diferença entre educação inclusiva e educação especial
Apesar de muitas vezes serem usados como sinônimos, a educação inclusiva e a educação especial não são a mesma coisa.
Como vimos, a inclusão escolar é um conceito mais amplo, que remete ao atendimento de todas as pessoas no ambiente escolar, sem discriminação – abrangendo alunos com e sem deficiência, de todas as raças, classes, culturas, religiões, talentos, gêneros e orientações sexuais.
Já a educação especial é a modalidade de ensino destinada a alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, conforme a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da inclusão escolar.
A educação especial pode ser ofertada tanto em escolas especializadas quanto em escolas regulares, de forma articulada com o ensino comum.
“Art. 25. Os serviços de educação especial serão ofertados nas instituições de ensino público ou privado do sistema de educação geral, de forma transitória ou permanente, mediante programas de apoio para o aluno que está integrado no sistema regular de ensino, ou em escolas especializadas exclusivamente quando a educação das escolas comuns não puder satisfazer as necessidades educativas ou sociais do aluno ou quando necessário ao bem-estar do educando.” – DECRETO Nº 3.298
Qual é a importância da inclusão escolar?
A inclusão escolar colabora para a construção de uma sociedade também inclusiva.
Sabemos que a escola tem papel crucial na formação do indivíduo, influenciando seus valores e comportamentos. Quando a escola é um ambiente heterogêneo e acolhedor, onde as pessoas convivem com suas diferenças e respeitam as particularidades de cada um, os alunos se tornam mais aptos a viver dessa forma em sociedade.
Assim, a inclusão escolar colabora para o desenvolvimento de competências e habilidades socioemocionais. Além disso, contribui para a transformação social, em direção a uma sociedade mais justa e igualitária.
Ela também desempenha um papel fundamental na redução dos riscos de evasão escolar. Quando os alunos se sentem acolhidos e valorizados, eles tendem a se sentir mais motivados e engajados no processo de aprendizagem, o que pode reduzir significativamente os riscos de abandono escolar.
“O ato de incluir é, antes de tudo, uma lição de cidadania e de respeito para com o próximo” – inclusão escolar: uma escola para todos (Revista Educação Especial) social, em direção a uma sociedade mais justa e igualitária.

6 estratégias para tornar a sua escola mais inclusiva
Confira abaixo seis estratégias para adotar a inclusão escolar em sua instituição:
1. Atendimento educacional especializado
Para que todos os estudantes com deficiência tenham as suas necessidades educacionais sanadas, é necessário ofertar um Atendimento Educacional Especializado (AEE) de qualidade.
O AEE é um conjunto de atividades, recursos pedagógicos e recursos de acessibilidade prestados de modo complementar à formação regular dos alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, matriculados na rede pública de ensino.
As atividades do AEE são realizadas na sala de recursos multifuncionais, cujo objetivo é eliminar as barreiras para a plena participação da pessoa com deficiência na escola.
Para isso, o professor de AEE conduz uma série de brincadeiras, dinâmicas e exercícios voltados para o desenvolvimento de habilidades específicas, de acordo com as necessidades de cada aluno.
Um exemplo de recurso pedagógico para o Atendimento Educacional Especializado é a Mesa Educacional, uma tecnologia educacional que promove a alfabetização e o letramento por meio da contação de histórias.
A Mesa Educacional é composta por:
- monitor;
- software, atividades de alfabetização, animações em Libras e recurso de lupa;
- blocos coloridos com letras, números, símbolos, imagens, etiquetas em Braille e datilologia;
- um aparelho que faz a “leitura” dos blocos;
- e sintetizador de voz.
Assim, a Mesa Educacional é um instrumento muito útil para a alfabetização de estudantes com deficiência. Quer levar essa tecnologia para a sua sala de recursos multifuncionais? Entre em contato com um dos consultores do Educacional.
2. Acolhimento
O acolhimento escolar é uma ação pedagógica que ganhou força em muitas escolas após a pandemia, diante do cenário sensível em que se encontravam as crianças no retorno às aulas.
O acolhimento, como defendido pelo Instituto Unibanco, se mostra tanto em recepções calorosas no portão da escola quanto em dinâmicas, rodas de conversa, momentos individuais de escuta e ações de busca ativa.
Essa prática incentiva a empatia, a solidariedade e o respeito às diferenças, abrindo espaço para uma escola mais inclusiva.
3. Campanha de combate ao bullying
A discriminação e a violência não podem, de maneira alguma, fazer parte da rotina escolar. Além de tratar todos os casos de bullying e cyberbullying na escola, a gestão escolar deve tomar medidas preventivas, como a campanha de conscientização.
Órgão públicos e instituições filantrópicas estão constantemente divulgando conteúdos sobre esse tema, e, ainda, oferecendo palestras e atividades especiais para as escolas.
Por isso, mantenha-se informado sobre as ações de combate ao bullying na sua região. Aderir a uma campanha já em andamento pode ser mais fácil, e até mais eficaz, do que criar uma campanha própria do zero.
De qualquer forma, não deixe de personalizar o assunto de acordo com as necessidades da sua unidade local. Motive as crianças a denunciarem e, principalmente, rejeitarem em seus comportamentos todo tipo de preconceito, ofensa e discriminação.
4. Aprendizagem colaborativa
A aprendizagem colaborativa é uma abordagem educacional que ficou muito popular nos Estados Unidos por quebrar barreiras de preconceito em salas multirraciais, recentemente desagregadas.
Na metodologia, os alunos são divididos em grupos e desafiados a aprender uns com os outros. O objetivo é fazer com que todos trabalhem em conjunto para alcançar seus objetivos, integrando seus esforços e talentos.
A aprendizagem colaborativa pode ser valiosa na integração de pessoas com deficiência e alunos de diferentes raças, religiões e classes econômicas.
5. Personalização do ensino
Uma das premissas da inclusão escolar é que a escola deve atender as necessidades individuais de todas as pessoas. Como lembra Rosita Edler Carvalho, os sujeitos da inclusão são todos os alunos, inclusive aqueles que não possuem deficiências mas enfrentam barreiras para a aprendizagem.
Diante disso, as escolas precisam adotar estratégias de personalização do ensino, como ensino híbrido, tutoria e plataforma de aprendizagem adaptativa.
Cada pessoa aprende de uma forma diferente. E é dever da escola garantir que todos cheguem ao mesmo objetivo, apesar dos caminhos.
Nesse contexto, surge o Aprimora, uma plataforma de aprendizagem adaptativa e gamificada que utiliza Inteligência Artificial para ensinar Língua Portuguesa e Matemática.
Com a ajuda de uma assistente, os alunos recebem orientação personalizada e são incentivados a pensar criticamente e resolver problemas de forma autônoma.
6. Educação digital
A inclusão digital também é fundamental para a plena participação dos indivíduos na sociedade. Hoje em dia, ser excluído digitalmente significa ser excluído do mercado de trabalho, do meio político, das notícias e interações sociais.
Por isso, a escola deve oferecer educação digital para os seus alunos, fomentando habilidades e conhecimentos como pensamento computacional, programação, letramento digital, comunicação e resolução de problemas.
Em 2023, a educação digital foi adicionada à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tornando-a obrigatória em todas as instituições de ensino do Brasil.
Quer ajuda para implantar educação digital? Entre em contato com um dos consultores do Educacional. Nossas soluções têm o propósito de apoiar a inclusão escolar com tecnologia!
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