Você sabe o significado de ensino híbrido? Este conceito se refere à integração de momentos de aprendizagem presenciais e a distância por meio de plataformas e recursos digitais, em uma experiência mais flexível e personalizada.
O tema já é discutido há pelo menos 10 anos, mas ganhou ainda mais força após a pandemia do Covid-19, que forçou as escolas do mundo inteiro a suspenderem suas aulas presenciais.
Passada a crise, a educação híbrida continua relevante. Ela mudou a forma de os estudantes e professores se relacionarem com a tecnologia e a informação.
Continue a leitura para entender o que é o ensino híbrido e como a sua escola pode adotar o modelo. Aproveite também para baixar nosso e-book gratuito para gestores: Como Implantar Tecnologias Educacionais na Escola.
O que é ensino híbrido?
O ensino híbrido é um modelo educacional que une experiências de ensino à distância e presenciais, assíncronas e síncronas, online e offline. A palavra “híbrido” significa misturado ou mesclado.
De acordo com a educadora Lilian Bacich, uma das autoras do livro Ensino Híbrido: Personalização e Tecnologia na Educação, “é uma abordagem que envolve a conexão entre aquilo que o aluno faz online ou mesmo offline, mas com o uso de recursos digitais, e aquilo que ele faz presencialmente numa sala de aula física”.
Além dessa combinação de experiências, o ensino híbrido é caracterizado pela personalização do ensino e pela participação ativa dos estudantes, no centro do processo de ensino-aprendizagem.
Os recursos educacionais digitais dão ao aluno a oportunidade de controlar, em menor ou maior grau, o tempo, o lugar, o ritmo e o modo do seu aprendizado. Ele pode, por exemplo, assistir uma videoaula quantas vezes achar necessário e focar nas disciplinas em que tem maior dificuldade.
Por isso, a educação híbrida é mais individualizada e flexível.
Quando ele surgiu?
Desde a popularização da internet, o ensino híbrido existe. Contudo, muitos profissionais eram relutantes e questionavam sua eficiência.
Em 2014, a pesquisadora Lilian Bacich apresentou pela primeira vez no Brasil um histórico de implementação da abordagem no país, que já era realidade em algumas escolas.
A pesquisadora explica que o formato surgiu nos Estados Unidos e foi desenvolvido pelo Instituto Clayton Christensen.
Após a pandemia, o ensino híbrido ganhou mais força e começou a ser valorizado por conta de suas vantagens, tanto para os alunos quanto para a escola.
Qual é a importância do ensino híbrido?
O ensino híbrido faz o uso inteligente da tecnologia a favor da educação. Ao invés de combater os recursos digitais ou negligenciá-los no processo pedagógico, ele incorpora essas tecnologias, tirando vantagem de seu potencial de personalização, aprofundamento e autonomia.
Além disso, ele reconhece o valor do contato presencial com o professor e os colegas. É na sala de aula que o estudante interage, debate, dialoga e expõe suas dúvidas.
Assim, o ensino híbrido se propõe a aproveitar o que há de melhor no ensino presencial e no ensino à distância.
Vantagens do ensino híbrido
O ensino híbrido traz várias vantagens para os alunos e para as escolas. Para os alunos, ele impulsiona a autonomia, o pensamento crítico, a aprendizagem ativa, a criatividade e originalidade.
Ele também complementa o aprendizado presencial com atividades e testes automatizados, que não poderiam ser feitos pelos professores.
Além disso, o ensino híbrido auxilia enormemente na organização e gestão das escolas. Ele possibilita a correção de provas em tempo real, aliviando a carga dos educadores e gerando feedbacks mais rápidos para os alunos.
Como ele funciona na prática?
O ensino híbrido pode ser aplicado de diferentes formas. Segundo Lilian Bacich, há quatro modelos possíveis:

- Modelo flex
Neste modelo, o ensino é majoritariamente online. O estudante tem uma lista personalizada de atividades e conteúdos, e o professor fica à disposição para tirar dúvidas.
Trata-se de um método muito disruptivo para a realidade educacional brasileira e é vedado legalmente na Educação Básica, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).
- Modelo à la carte
No modelo a la carte, é o estudante que organiza o próprio estudo, de acordo os seus objetivos – apesar de contar com o apoio do professor para isso. As experiências de aprendizagem são presenciais e/ou online, com pelo menos um curso inteiramente online.
Também é um modelo inadequado para o sistema educacional brasileiro.
- Modelo virtual enriquecido
Neste modelo, todos os alunos da escola se dividem entre atividades online e presenciais, em todas as disciplinas. O estudante precisa comparecer na instituição apenas uma vez por semana.
Assim como o modelo flex, esse método é muito disruptivo para o Brasil e é inviável legalmente.
- Modelo de rotação
No modelo de rotação, os estudantes realizam atividades offline e online, dentro de um horário fixo ou de acordo com a orientação do professor.
Esse modelo é o que está mais próximo da realidade brasileira e pode ser facilmente adotado pelas escolas. Ele se divide em quatro propostas:
Sala de aula invertida
Na sala de aula invertida, os alunos se preparam previamente para as aulas, estudando em casa os conceitos e princípios básicos. Para isso, usam ferramentas online e offline, como livros, vídeos e artigos.
Depois, em sala de aula, os estudantes compartilham o que aprenderam, fazem perguntas, debatem o assunto com os colegas e colocam o conteúdo em prática, por meio de exercícios ou projetos em grupo.
Na aula presencial, o professor também aprofunda alguns conceitos, ajuda os estudantes a superarem suas dificuldades e conduz a avaliação.
Além de desenvolver a autonomia dos estudantes, essa metodologia ativa de aprendizagem traz melhorias significativas na compreensão dos objetos de aprendizagem.
Rotação por estações
Nessa proposta, os alunos são divididos em grupos. Cada grupo realiza uma atividade organizada pelo professor (leitura, escrita, brincadeira, criação de um projeto, entre outros), sendo que pelo menos uma das atividades deve ser online.
A ideia é estipular um tempo para cada atividade e deixar os estudantes passarem por todos os grupos. Ao final, todos eles terão acesso aos mesmos conteúdos, revezando entre momentos de aprendizagem colaborativa e aprendizagem individual.
Laboratório rotacional
Essa proposta adiciona ao modelo de ensino tradicional uma camada de ensino online.
Depois de participarem da aula expositiva em sala, os estudantes são direcionados para o laboratório de informática, onde irão estudar individualmente no computador, para cumprir os objetivos fixados pelo professor.
Rotação individual
Nesta proposta, cada aluno tem uma lista de temas a serem estudados, que é elaborada e atualizada periodicamente pelo professor. A agenda diária do estudante é totalmente customizada, de acordo com as suas necessidades e objetivos pedagógicos.
A aplicação mais comum desse modelo é em complemento a outras estratégias de ensino, inclusive as aulas expositivas tradicionais.
Um exemplo é o uso de plataformas de aprendizagem em casa, como forma de ampliar o tempo de estudo e personalizar a jornada do estudante.
Como aplicar o ensino híbrido na escola?
Confira abaixo tudo que sua instituição precisa para pôr em prática o ensino híbrido.
Infraestrutura e tecnologia
Sua escola ou rede de ensino precisa ter acesso a Internet de qualidade e deve disponibilizar dispositivos digitais (computadores, notebooks ou tablets) para os estudantes e professores.
É importante que a instituição conte com suporte técnico para o caso de alguma máquina apresentar problemas, especialmente durante as aulas e atividades online.
Formação de professores
O papel do docente é fundamental para o ensino híbrido. É ele quem organiza as atividades e direciona todo o processo. Por isso, é necessário investir em formação continuada para os professores.
Na educação híbrida, o papel do professor é de mediador da aprendizagem. Ele deve identificar as necessidades da turma e planejar atividades online e offline, presenciais e à distância, que atendam essas demandas.
O docente também é responsável por motivar os alunos e incentivar a colaboração entre os colegas.
Planejamento pedagógico
Como você viu, o ensino híbrido vai muito além da realização de aulas online e offline ao mesmo tempo.
É preciso ter um planejamento pedagógico que promova o uso criativo e estratégico das tecnologias educacionais e ainda alterne momentos presenciais e à distância, individuais e coletivos de aprendizagem.
Mais uma vez, o papel do professor aqui é essencial, junto com o coordenador pedagógico da escola.
Ensino personalizado e adaptativo
Para adotar o ensino híbrido, a escola precisa aplicar estratégias de personalização do ensino, como:
- rotações por estação (proposta explanada anteriormente);
- agrupamento de estudantes por nível de proficiência;
- mentoria individual;
- e uso de plataformas adaptativas.
As plataformas adaptativas são plataformas de aprendizagem que utilizam Inteligência Artificial para adaptar os conteúdos de acordo com o perfil do estudante.
Dois exemplos de plataforma adaptativa são o Aprimora e o Pense Mais, disponíveis no Hub Educacional.
Incentivo à autonomia do estudante
Outra característica do ensino híbrido é a postura ativa e autônoma do estudante. Sua escola pode encorajar esse posicionamento com o uso intensivo de metodologias ativas de aprendizagem.
As metodologias ativas são conhecidas por colocarem os alunos no centro do processo de ensino-aprendizagem, seja para resolver problemas, construir protótipos, criar peças artísticas ou dialogar.
Desafios do ensino híbrido
Apesar de ser um sistema muito positivo com várias vantagens, muitas escolas enfrentam desafios para implementar o sistema híbrido de ensino.
Dentre os desafios enfrentados para a implementação do ensino híbrido, as principais são:
Falta de Infraestrutura
Infelizmente, algumas escolas não possuem o material necessário para o ensino híbrido ou não conseguem arcar com os custos de infraestrutura necessária.
Além de ter infraestrutura na escola, os alunos e professores precisam de dispositivos pessoais para acessar as atividades remotas.
Analfabetismo Digital
No Brasil, o analfabetismo digital é uma realidade para boa parte da população. Muitos professores e alunos não conhecem os domínios básicos de informática e não conseguem assistir ou ministrar aulas remotamente, por exemplo.
Incertezas sobre a avaliação
Ainda há muito receio sobre a eficiência de avaliações remotas. Quando o aluno faz um teste ou prova remotamente, é difícil se certificar de que ele não consultou a internet, outros colegas ou o material de estudo, por exemplo.
Entretanto, existem ferramentas que podem auxiliar, como bloqueadores de site ou de mudança de página. Também existe a possibilidade de alterar o formato da avaliação, abraçando a consulta como algo positivo.
Hub Educacional: a plataforma propulsora do ensino híbrido
Quer implantar a educação híbrida em sua rede de ensino? Então, conte com o Hub Educacional para ter acesso às melhores tecnologias educacionais.
O Hub Educacional é uma plataforma digital completa que reúne mais de 30 aplicações da área pedagógica, de gestão escolar e integração tecnológica, incluindo o Aprimora e o Pense+.
Ele contempla várias plataformas de aprendizagem para que seus alunos estudem em casa, em complemento às aulas presenciais, e melhorem o desempenho em:
- Língua Portuguesa;
- Matemática;
- Ciências biológicas;
- Ciências humanas;
- STEAM;
- Robótica;
- Programação;
- Educação socioemocional;
- e educação financeira.
Para obter mais informações sobre a plataforma, entre em contato com um dos consultores do Educacional. O ensino híbrido chegou para ficar!
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