As habilidades socioemocionais são fundamentais para o sucesso dos alunos na vida, na escola e no mundo do trabalho. E a escola tem um papel insubstituível na formação socioemocional da criança, como apontam várias pesquisas.
Esse desenvolvimento depende da qualidade do clima escolar, da relação saudável entre os alunos e professores e das experiências enriquecedoras que são proporcionadas aos alunos.
Neste artigo, vamos apresentar as principais habilidades socioemocionais e explicar como a escola pode auxiliar os alunos no desenvolvimento delas.
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O que são habilidades socioemocionais?
Habilidades socioemocionais são aptidões que tornam a convivência do indivíduo com os outros e consigo mesmo mais pacífica e saudável, como a habilidade de se comunicar bem, demonstrar compaixão, entender seus próprios sentimentos e regular o nível de estresse.
Podemos dizer que elas são atitudes, comportamentos e modos de pensar que melhoram a vida das pessoas, no âmbito social e emocional.
As habilidades socioemocionais, também chamadas de soft skills, são divididas em dois grupos:
- interpessoais (relacionadas à interação do indivíduo com os outros);
- e intrapessoais (relacionadas à interação do indivíduo consigo mesmo).
Mais adiante, vamos listar as principais habilidades e competências socioemocionais.
Qual é a diferença entre habilidades e competências socioemocionais?
O conceito de habilidade e de competência socioemocional são muito semelhantes. Por isso, muitas pessoas usam os dois termos como sinônimos, sem distinção. Porém, estritamente falando, elas não são a mesma coisa.
Enquanto as competências são mais gerais, as habilidades socioemocionais são desdobramentos mais específicos das competências. Geralmente, as habilidades socioemocionais são observáveis e mensuráveis, enquanto as competências são abstratas e subjetivas.
Essa hierarquia é similar à lógica da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que relaciona as competências de cada área do conhecimento com as habilidades específicas de cada componente curricular.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) define competência como “a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho”.
Como exemplo, podemos citar a competência socioemocional da empatia e as habilidades de demonstrar empatia, mostrar preocupação com os sentimentos dos outros e defender os direitos de outra pessoa.
São aptidões para uma vida plena social e emocionalmente, tanto no relacionamento consigo mesmo (competências intrapessoais) quanto no relacionamento com os outros (competências interpessoais).
Assim, uma competência socioemocional é uma capacidade de lidar com as próprias emoções e as emoções do outro, visando o bem-estar social e uma boa qualidade de vida.
Quais são as principais habilidades socioemocionais?
Segundo o CASEL (Collaborative for Academic, Social, and Emotional Learning), organização internacional que é referência em aprendizagem socioemocional, as principais habilidades socioemocionais são as seguintes:seguintes:

Já Instituto Ayrton Senna fala em 17 competências socioemocionais, divididas em cinco macrocompetências:
- autogestão: determinação, organização, foco, persistência, responsabilidade;
- engajamento com os outros: iniciativa social, assertividade, entusiasmo;
- amabilidade: empatia, respeito, confiança;
- resiliência emocional: tolerância ao estresse, autoconfiança, tolerância à frustração;
- abertura ao novo: curiosidade para aprender, imaginação criativa, interesse artístico.
Qual é a importância delas na educação?

É muito comum que as escolas foquem somente na inteligência cognitiva dos estudantes, preparando-os para o Enem, provas e vestibulares.
Entretanto, é necessário formar o indivíduo em todas as suas dimensões (intelectual, emocional, social, física e cultural). Só assim o verdadeiro objetivo da educação será cumprido, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB):
“Art. 2º – A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”
As habilidades socioemocionais são imprescindíveis para o sucesso do estudante! Para viver bem em sociedade, ele precisa reconhecer e gerenciar suas emoções, agir com responsabilidade, respeitar e colaborar com os outros, por exemplo.
Assim, o desenvolvimento adequado das habilidades socioemocionais é fundamental. Além disso, a educação socioemocional traz muitas vantagens para o ambiente escolar:
- previne o bullying;
- diminui os riscos de evasão e abandono escolar;
- melhora a concentração e o nível de proficiência dos estudantes;
- e torna o clima escolar mais aconchegante e acolhedor.
As habilidades socioemocionais também são muito importantes para o ingresso no mundo de trabalho. Cada vez mais, as empresas e organizações buscam profissionais com soft skills como proatividade, organização, flexibilidade e liderança.
Segundo uma pesquisa global da Fundação Wadhwani, as soft skills têm um peso de 45% na hora da contratação, enquanto as habilidades técnicas têm 55%. Mais da metade das empresas (59%) estão dispostas a pagar salários mais elevados a funcionários com as melhores competências interpessoais.
Ainda de acordo com o estudo, no Brasil, as competências mais procuradas pelos empregadores são comunicação (84%), resiliência (44%) e trabalho em equipe (40%).
Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as competências gerais da Educação Básica incluem várias competências socioemocionais, tais como colaboração, criatividade, imaginação, proatividade, responsabilidade, empatia, respeito e resiliência.
Essas competências influenciam os resultados de diversas áreas da vida, como aprendizagem, carreira, finanças, família, saúde e cidadania.
Além disso, estudos científicos demonstraram que o desenvolvimento de competências socioemocionais trazem melhorias para o desempenho acadêmico dos alunos. Afinal, a disciplina, a organização, a autoconfiança e a tolerância à frustração são constantemente testados durante o momento de estudo.
Como as escolas podem auxiliar no desenvolvimento de habilidades socioemocionais?

Antes de tudo, a escola deve se esforçar para criar e manter um ambiente seguro e acolhedor. Desde a decoração até a recepção, no relacionamento diário dos profissionais com os alunos, nas reuniões com os pais e responsáveis, é necessário que a instituição trabalhe para transmitir respeito e empatia.
Somente com um clima escolar positivo é que a educação socioemocional será bem sucedida. Dito isso, veja abaixo cinco formas de desenvolver as habilidades socioemocionais dos estudantes:
Trabalhando temas socioemocionais nas aulas
Independente do componente curricular, o professor pode integrar o conteúdo a temas socioemocionais de relevância. A própria BNCC relaciona os conteúdos curriculares a habilidades socioemocionais específicas associadas a respeito, autoconhecimento, comunicação e empatia em várias áreas do conhecimento.
Por exemplo, uma das habilidades de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas no Ensino Médio é “analisar as características socioeconômicas da sociedade brasileira” e “propor medidas para enfrentar os problemas identificados e construir uma sociedade mais próspera, justa e inclusiva”.
Na educação infantil, os objetivos de aprendizagem incluem demonstrar empatia e comunicar emoções.
Assim, é comum que os temas socioemocionais surjam naturalmente durante a aula. O professor, tendo acompanhado o comportamento dos alunos e conhecendo o contexto de vida deles, deve ser sensível para abordar os assuntos com perspicácia.
Utilizando metodologias ativas de aprendizagem
Outra forma de trabalhar as habilidades socioemocionais é utilizando metodologias ativas de aprendizagem. Essas metodologias incentivam a autonomia, a colaboração, a proatividade, a comunicação, a autogestão e a resolução de problemas.
Com a aplicação dessas metodologias, os estudantes serão desafiados o tempo todo a integrarem habilidades cognitivas e socioemocionais para alcançarem seus objetivos de aprendizagem.
As principais metodologias ativas de aprendizagem são:
- aprendizagem baseada em problemas;
- aprendizagem baseada em projetos;
- gamificação;
- sala de aula invertida;
- aprendizagem cooperativa;
- seminário;
- oficina;
- e roda de conversa.
O projeto de robótica Robotis incorpora as metodologias de aprendizagem baseada em problemas e aprendizagem baseada em projetos.
Ele é uma excelente opção para desenvolver competências socioemocionais em crianças e jovens, porque trabalha o pensamento criativo, a comunicação, o trabalho em grupo, a autonomia, a organização e a gestão de tempo.
Por meio de atividades práticas e envolventes de robótica educacional, os alunos trabalham em equipe para criar soluções criativas para problemas reais.
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Coordenando rodas de conversa
Uma das metodologias ativas de aprendizagem que merece destaque por destravar o diálogo e a empatia é a roda de conversa. Uma dinâmica simples que dá aos alunos a oportunidade de compartilhar suas emoções e pensamentos, além de praticar a escuta ativa.
Também é um momento de troca de experiências e opiniões, o que fomenta o diálogo, o debate respeitoso e o aprendizado em equipe..
Para tirar bom proveito desta estratégia, o professor deve mediar o grupo para incentivar a participação de todos, acolher sentimentos expressados e fazer intervenções, se preciso.
Para que a dinâmica seja mais proveitosa, é recomendado seguir um roteiro e combinar, antecipadamente, o tempo de fala de cada um.
Aplicando avaliações socioemocionais

Assim como as avaliações de Língua Portuguesa ajudam os alunos a melhorarem seus conhecimentos da área, as avaliações socioemocionais são úteis para o desenvolvimento socioemocional.
Essas avaliações permitem a identificação do nível de desenvolvimento socioemocional de cada estudante. Os testes fazem perguntas sobre a percepção do indivíduo a respeito de sua personalidade, seu comportamento, suas emoções, relacionamentos e problemas de conduta.
Ao final, o teste identifica o nível de desenvolvimento de cada competência socioemocional, auxiliando o estudante em seu processo de crescimento e informando a equipe de gestão escolar sobre o estado atual do aluno.
Além de auxiliar no acompanhamento pedagógico, este tipo de avaliação faz com que o aluno reflita sobre si mesmo e cresça em autoconhecimento. Por isso é muito importante que a escola não deixe de fazê-lo.
Realizando atividades online de educação socioemocional
Muitas vezes, a melhor forma de trabalhar uma competência socioemocional é falando sobre ela. Torná-la consciente, explicar a sua importância e dar exemplos práticos ajuda os alunos a refletirem sobre os seus sentimentos, pensamentos e atitudes.
Levando em conta a rotina apertada de aulas, as atividades de educação socioemocional são mais facilmente aplicadas no contexto digital. Seja como tarefa de casa ou como complemento ao ensino presencial (ensino híbrido), é recomendado ofertar exercícios online de educação socioemocional.
As atividades online de educação socioemocional podem complementar as ações presenciais da escola e garantir o desenvolvimento das habilidades socioemocionais, de maneira específica e dedicada.
Essas atividades geram feedback automático para estudantes e professores e não requerem a elaboração de um plano de aula, porque já foram desenvolvidas por organizações especializadas.
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